Resenha do livro LÂMINA, de Marcia Friggi
Porque a mesma lâmina que sangra a vida também afia a língua para a palavra de resistência por Nic Cardeal MARCIA FRIGGI lança seu livro de estréia, avisando que veio para ficar - e marcar fundo, forte, na resistência dos que teimam apontar o olhar afiado na esperança. Com LÂMINA (Curitiba: Kotter Editorial, 2019), a autora escreve poemas-filhos, poemas-pais, poemas-respiros, poemas-coragem. Nada é em vão, tampouco aleatório, ainda que haja necessidade de longas esperas, de dores costuradas a sangue, suor e lágrimas. Porque Marcia navega por águas profundas, sabe caminhar em águas rasas, ouve ligeiro o aviso de um coração guerreiro. Entende os sinais dos tempos, e então escreve, com a precisão de quem fotografa a realidade com palavras. Exatas palavras - como quem aponta a flecha e atinge o alvo - no esquerdo do peito. Nos poemas que consagram a existência ("ao que nos consagra"), Marcia trabalha desde o sol, a chuva, a rosa, até a borboleta, que pousa morna e