Cinco poemas de Lívia Bertges | Uma poética da maleabilidade do ser
Foto de Lívia Bertges Cinco poemas de Lívia Bertges: uma poética da maleabilidade do ser Casa-dobra À Thaís Rocha —— Amar a dinâmica do dobrar e redobrar-se. —— Refazer os caminhos da Terra: corpos, cores, raízes, tudo medido no toque. As pontas dos dedos, no singular plural, desenham rizomas —— Move o corpo. Move a casa. —— Lembra, mais uma vez, as funções vitais, o respirar de pulmões, em sobressalto ao recriado, abre o coração espantado: amar os micro segmentos visíveis e impossíveis. —— Corpo-dobra. Corpo-tecido. Corpo-ritmo. Corpo-espaçamento. —— Aguardar as novas feituras do devir. Casa-dobra, elástica mola-Ser. Foto de Lívia Bertges Horas esparsas À Matheus Guménin Barreto Há dias em que as ouço em horas esparsas em dias de sorte três ou quatro vezes. Em outros tantos, elas passam ao longe, as identifico, são as araras. Elas aos pares. Há dias desejantes a ouvi-las. Algo distrai a escuta, prevejo, elas passam, certamente passam. Com