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Seis poemas de Mara Senna | Ponta de estrela

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  Georgina de Albuquerque Seis poemas de Mara Senna Ponta de estrela Ponta de estrela   Sonhava tão alto que, um dia, uma ponta de estrela atravessou-lhe o peito. Precisava sonhar desse jeito?   Metades   Sou capaz de longas ausências, de navegar por anos a fio, sem mandar mensagens. Sou capaz de longos silêncios, de me calar por muito tempo, sem dizer bobagens. E então sou a sábia, a ponderada, a prudente,  a elevada. Mas também sou a mesma que deixa encalhar o navio nos bancos de areia, que segue o hipnotizante canto da sereia, e que solta o verbo e entrega tudo o que sente. E aí, então, sou a tola, a impulsiva, a inconsequente, a doidivanas. Mas, somando as metades, eu sou é humana. Georgina de Albuquerque Costuras de vésperas   Eu tenho o sono das costureiras, atulhadas de encomendas, fatigadas em vésperas de festas. Na noite do baile, enquanto as outras mulheres dançam pelo...