Mariana de Almeida - cinco poemas de vida e morte/amor e guerra
Monika Luniak Asfixiados Não era o medo da morte E sim de como nos matamos Não era o medo do escuro E sim de como apagamos as luzes Não era o medo da multidão E sim da nossa imensa solidão Não era o medo das ruas, das mãos Era o medo de quem somos! Nosso novo mundo arrebentado Correntes, máscaras, vírus e verdades À tona nas principais manchetes Dos inúteis noticiários das cidades Que tentaram, em vão, despertar O ar da nossa última humanidade. *** Mundo Novo Senti medo por ver ruir tudo o que nunca nos pertenceu; Senti pavor por ver o oceano nos separar dessa vez para sempre; Senti dor por ver a escuridão em pleno dia; Sim, também senti um alívio por tudo isso enfim... O novo mundo não pode ser pior que as falhas do antigo. Dica de dieta Pois onde não houver Fartura de gestos, Recolha-se Delicadamente, Saibamos estar Com os que têm fome de amar, Deixemos os miseráveis a sós Secos por não saberem doar. Guerra A guerra ma