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Para não dizer que não falei dos cravos | Três poemas de Matheus Guménin Barreto

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  Coluna 10 Três poemas de Matheus Guménin Barreto toda linguagem é crime maior ou menor   ***     arder a vida em palavras   medidas sombra por sombra duma mão noutra arder a vida na geografia incerta da boca   que arde um instante e desce à terra.   arder a vida nos ecos   e nos corpos ora nacarados ora suados do discurso que o lábio promete nem sempre cumpre e quando cumpre é sempre quase.   equidistante do fim e do início arder a vida   enquanto o corpo se desfaz devagar com carinho quase mas resoluto.   arder do verbo absoluto à procura   o verbo na sarça que se queima magnífico e não existe.   arder a vida pruma bosta qualquer   que mal nasce já não existe ::   – arder a vida à procura dum sol pousado na mesa dum dia de justiça entre irmãos e descer à terra ciente – mas contente, resoluto – de nada ter nas mãos   *** alge- nade- tud o sopros da manhã ã o que fica se fica e quando e com