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A Poesia Refinada de Águeda Magalhães

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Redenção Recostei-me preguiçosamente na luz da manhã. Filetes de sol aqueciam o não que se antecipou -vida inteira- ao riso contido do sim. Desvesti-me do medo vesti-me ousadia: Vendaval varri fantasmas, Voragem desfolhei anseios. No ar pintei a dança das folhas exímias acrobatas a exibirem em frenéticos volteios o último balé do outono revoada de cores que se dispersa no abismo de todos os ventos. Alimentei flores famintas aves desgarradas. Em catres empoeirados encontrei gritos silentes: dormiam entediados dos dias sem cânticos; queriam entoar tempestades. Acordei-os um a um. Ouvi os ecos de um imenso riso triste a reverberar desencantos. Desenfileirei exércitos de palavras reprimidas paralisadas em filas indianas. Quebrei a vitrine libertei a pálida manequim há tanto tempo imóvel... Enxuguei sua face branca sulcada por lágrimas de cera. Acendi seus olhos vítreos,