A Poesia de Claudia Manzolillo
lanço cartas ao mar: vagas memórias manuscritos sem destino testemunham o tempo que me coube lanço-me ao mar: difícil tarefa de lutar contra a maré águas salgam-me e deságuo lanço ao mar letras e alma: adenso as águas oceânicas berço do tanto que fui e sou lanço ao mar minha herança: um nada esse deus que mora em mim fugidia esperança de eternidade lanço enfim minha carta de navegação: bússola inexata guiou-me até aqui praia bravia praia deserta praia serena praias sem fim me acobertam lanço-me assim ao crepúsculo de mim Pele é mapa: inscrevem-se amores mágoas linhas horizontes abismos Pele é retrato: revelam-se calendários festas perdas mares securas Pele é deserto: escondem-se oásis miragens desafios assombros Pele é rota: escrevem-se alguns poemas cartas de amor de despedida enquanto dias e noites TRANS Eis meu corpo nele cabem sonh