Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Poesia brasileira contemporânea

Para não dizer que não falei dos cravos 09 | A poesia de JOSÉ DANILO RANGEL

Imagem
  Para não dizer que não falei dos cravos (09) A poesia de  JOSÉ DANILO RANGEL  O QUE PERDEMOS A capacidade de sonhar? Não perdemos. A capacidade de confiar completamente? Não perdemos. A capacidade de amar numa total entrega? Não perdemos. Ao longo da vida, às vezes, tão dura, Se perdemos algo é a capacidade de ignorar A realidade. imagem do Pinterest -*- AS MOENDAS MAIS BONITAS Organizações podem matar, sabia?  Não que possam com faca, com bala,  com pancada ou veneno. Podem matar com descaso e violência  — pouca, mas sistemática, aplicada  todo dia de trabalho.  Organizações podem matar, não que possam estrangular alguém, mas  estrangulam — não a carne, mas a outra parte viva. Organizações podem matar com os tentáculos pegajosos da sua crueldade e a falta de escrúpulos dos seus cúmplices, Suas metas inalcançáveis, seus  discursos bobos, falsos e desligados  da realidade, suas promessas  mentirosas, Seu zero interesse pela vida  que tá sendo trocada por algum trocado. Organizações

Cinco poemas de Jeovânia P. | "Esse ganho ganhado de vida"

Imagem
  Tamara Natalie Madden Cinco poemas de Jeovânia P. "Esse ganho ganhado de vida" DOR DE PRETA     A dor vai enrolando a mulata Dando um nó do pé a cabeça Vai estrangulando Até matar a preta de tristeza ESCURIDÃO   Caminhamos para a escuridão não por que queremos mas por que ela nos cerca   tentamos acender a luz outras mãos apagam   gritamos nossos gritos parecem não encontrar eco   não sabemos como andar se há buracos na frente se há parede porta desvio ou se a estrada é reta a escuridão não nos permite ver Tamara Natalie Madden HOMEM DE PODER   Fomos devorados pelo animal mais cruel que existe Ele nos tirou nossa comida Nossa roupa Nossa luz Nossa á gua Devorou nossos filhos E nossa nação   Um animal com l á bia Com circo Sem pão   Resgatou nossos direitos no caixa Deu-nos um tanto mais de deveres E foi gozar nosso sangue INDIGNAÇÃO   Eu é que não quero Ser boi na vida Se deixando ser levado Junto à boiada Pass

Cinco poemas de Catita | "Minha árvore é baobá rainha da savana"

Imagem
  FSM-Team. Fonte: pixabay.com Cinco poemas de Catita "Minha árvore é baobá rainha da savana" Monstro imaginário                           Meu monstro não é sem cabeça, de uma perna só, carrega um saco, mora no escuro ou parece o Boitatá. Meu monstro não vem da África, Ásia ou Oceania, muito menos dos castelos europeus.   Meu monstro não é um boi, nem tem a cara preta, não pega como a Cuca, não mora embaixo de minha cama. Meu monstro não me atormenta na lua cheia ou na sexta-feira treze, muito menos me espreita nos bosques hollywoodianos.   Meu monstro não está na rua deserta, na arma do bandido, no ponto de drogas ou após a faixa amarela do metrô. Meu monstro não é a infecção, o câncer, a cegueira ou a amputação.   Meu monstro, calma e solenemente, sem alarde, embora espere resposta, apenas diz: “ Você não vai conseguir ”.   Hoje   Hoje é um bom dia Para estar viva   Para perceber que estou viva Para agradecer por estar