O Tempo sonha em travesseiros de pedra: cinco Poemas de Lua Serena
Tempo virá em que o mundo há de ficar sozinho Gemem as mãos na repulsa das carícias choram as estrelas no apagão dos olhos descrentes Contar o tempo é mania que se apanha e não se aprende não se rende o corpo da teimosia ainda que falhe a fé e cale a alma ... Tempo virá ainda que tarde o entendimento há de ficar sozinho o mundo na imensidão dos céus ... Logo anoitece. A vida é um encantamento que o tempo tira pra dançar com o vento ora tempestade ora brisa mansa. Mas as secas chegam... Mas a vida cansa. Eu moro na fé dos desesperados nos joelhos dobrados dos sem teto sem chão sem eira nem beira de estrada nem caminho a seguir. Eu moro na esperança dos caídos sofridos até a raiz dos cabelos dos fios e meados da vida enredados alma e breu coração