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A POESIA INSTIGANTE DE VIRGINIA FINZETTO | Projeto 8M

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fotografia do arquivo pessoal da autora   8M (*) Mulheres não apenas em março.  Mulheres em janeiro, fevereiro, maio. Mulheres a rodo, sem rodeios nem receios. Mulheres quem somos, quem queremos. Mulheres que adoramos. Mulheres de luta, de luto, de foto, de fato. Mulheres reais, fantasias, eróticas, utópicas. Mulheres de verdade, identidade, realidade. Dias mulheres virão,  mulheres verão, pra crer, pra valer! (Nic Cardeal) Sinta na pele, nas veias e na alma, a palavra sempre instigante - em prosa ou poesia - de VIRGINIA FINZETTO : DESTERRO dê-se por satisfeito se te enterrarem uma flecha no peito  que penetra fundo e dói não por acaso em tudo há dois gumes enquanto um cura, o outro destrói  e para quem não aguenta o intento vem o suicídio, súbito ou lento a perseguir a hipotética paz dos cemitérios  nunca se provou,  nem mesmo a ciência que no profundo sono da morte  cada ser [ateu, crente ou cético] leva escondido um quê de profético e originário  que une a humanidade  em um estúpido

Virgínia Finzetto - Um conto envolvente

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Gabriel Moreno O CÉU DA IMAGINAÇÃO por Virginia Finzetto Quando se mudou para o apartamento do quinto andar do novo bairro, Ana teve que respirar fundo para não cair em prantos. Qualquer cena apaixonada, como a do casal se beijando na portaria do prédio, era motivo para alimentar sua tristeza. Esses detalhes mostravam a desolada realidade de sua atual condição, reprisavam lembranças do que imaginou serem os dias mais felizes ao lado do último marido, agora apenas o ex, que acabara de lhe pedir o divórcio. A dor da separação ainda pulsava em sua jugular e tirava seu coração do ritmo. Estava difícil deixar para trás uma parte de si mesma. Agora estava só, cuidando da metade que restara de mais uma quimera. Ainda limpando as lágrimas dos olhos, recordou-se do episódio da loja. Certo dia, comprando uma roupa nova para preencher o vazio da alma e da baixa autoestima, enquanto procurava qualquer coisa nas araras, deu de cara com uma imagem: "Nossa, que mulher m

Um Conto Incrível de Virgínia Finzetto

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Aquarela de Luciane Valença AS ESCAMAS DO MEU PEIXES BRILHAM NO MANTO DA SUA VIRGEM I - O SONHO [fique atenta à primeira mensagem de hoje e o que deseja será seu] Antes que a lembrança se apagasse, Amine pegou a caneta e anotou no bloquinho, que costumava deixar sobre o criado-mudo, a frase do estranho sonho. O celular marcava 4 horas da manhã. Levantou, foi até a cozinha, pegou um copo de água e voltou para o quarto. Leu de novo o que acabara de escrever.   “No mínimo, meus neurônios cruzaram minhas recentes leituras sobre esoterismo, astrologia e ufos e chacoalharam tudo...”, pensou desconfiada se aquilo poderia ser mesmo um recado.     Essa mania adquirida de que podemos dar conta de nossas vidas até vir uma lua cheia e nos derrubar da cama com imprevistos de tirar o sono, a falsa sensação da ocorrência de eventos lineares, as certezas que se suicidam a cada segundo, o sossego que não dura... Vida, tempo, relógio, inseto, uma cartilha de palavras de A a Z co