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Uma Prosa Poética - por Roberta Gasparotto

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Desenho por W Patrick mulher-peixe Por Roberta Gasparotto  Lugar marginal. Meu lugar aqui nesse planeta sempre foi marginal. Olhar de estranheza. Olhar de cansaço. Olhar de inadaptação. Completamente inadaptada em espaços de exibição. Em lugares onde imperam a cacofonia de ideias. De pensamentos. Expressões por vezes caricatas, porque não genuínas. Socorro! Tem alguém para me dar uma carona para Marte? Repousar em um lugar quentinho e confortável. Ou nem precisa ser tão confortável assim. Aliás, nem precisa ser confortável. Só um lugar onde as pessoas tenham o desejo sincero de se mostrar. Mostro tanto meu rosto para você, querido leitor, na esperança de você me mostrar o seu também. Vejo tantas máscaras e tão poucos rostos de pessoas. Isso me dói. Sei que ninguém faz isso por mal. Não é maldade, é defesa.  Defesa afasta. E eu quero proximidades. Enquanto isso não acontece, ou pelo menos não acontece com a frequência que eu gostaria, vou me virand

Cinco Poemas de Rejane Aquino

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Moinho São tantos abismos que me cavalgam que nem eu mesma sei onde me derramo. Destino Aquela vida antes daquela morte, Desvela um fio de vento E treze miçangas de ilusões. Recompensa Tudo gira, O mundo, a vida e o bumerangue Tudo gira, o tormento me invade, Pois tudo gira, Inclusive o bumerangue ( que lancei) Tudo gira... O mundo é uma máquina compressora De sonhos Enquanto gira e esmaga ( os sonhos) Faz sorrir, o outro insano. Tudo gira ... Nessa vida que purga silêncios, exalta e abate Abate e exalta Pois a vida gira e nada explica Somos pó, o vento leva Tudo gira, vida e mundo E nada pode desatar os nós do retorno e da fúria [do bumerangue]. Quimio O espelho é meu carrasco, Através dele, enxergo tudo Que não queria ter me tornado: Meu corpo, já não é tão vigoroso Meus pés titubeiam, Minha pele está flácida, amarelada, Minhas unhas enfraqueceram... O sorriso j

Cinco Poemas de Sandra Almeida

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Sina do Sertanejo O sertão chora desamparado. A seca o devora, até os sonhos, seu dotô! Patriarca despede. lágrimas e saudades. Leve balançar de cabeça, um dia voltarei. Espere... a vida vai melhorar! Meninos sem entender, espiam. Aconchegando-se na saia da mãe, lagrimas ensaiam em seus olhos. Coração anseia resto de esperança. ____O pai prometeu! Mas as promessas, não cessam. Vida ingrata. Sempre a prometer! Como preces atendidas. Chove no sertão. Mandacaru florido. ___Como luzes em avenidas! Um cheiro envolvente, de flor, terra molhada. E esperança! Par de olhos parados, fixam a entrada. Cantarola pra esquecer  a tristeza. Triste notícia recebeu. José não mais voltará. Atravessando a São João, o mundo de concreto o levou. E Maria... emudece numa última prece! Fotografia por Mdorea delimitaçã