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Uma Prosa Poética por Bárbara Lia

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Fotografia por Mdorea Para Sylvia Plath, quando ela era menina Bárbara Lia     Um céu / sem estrelas e sem pai: uma água negra Sylvia Plath     P oint Shirley. A vida protegida feito um navio em uma garrafa - um mito branco e obsoleto - passagem granulada de ternura de um mar onde se recolhe conchas para um pai que se adora. Sylvia e seu elemento primeiro - a água. O mar e a pacífica entrada no mundo. Antes do peso dos pés gangrenados de Otho puxarem-na para o mar profundo da inconformidade. Lavar com sal marinho o sorriso expandido. Secar este sal na pele até doer mais que ferroada de abelha. Princesa que não chegou a ser rainha. Concha que matou a pérola. Um caminho estendido de areias e oceano. Um pai a desvendar a vida social das abelhas e a enclausurar a abelha pequena em uma caixa de interrogações: tenho um eu a recuperar, uma rainha estará ela morta, estará dormindo? onde tem ela andado, com seu corpo vermelho-leão, suas asas de vidro? (1)

Cinco poemas de Ines Lempek

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Fotografia por Mdorea O passo do voo Descalço subo vou ao encalço e calço o passo do voo. Imagem da internet sem indicação de autoria Céu encoberto Céu encoberto trovoadas pé de vento chuvarada corpo molhado pés correndo sombrinha alada dançar na chuva alma lavada. Fotografia por Mdorea Movimento dos barcos, movimento... barcos noturnos flutuando na baía um cardume de luzes vistos de cima. Imagem da internet sem indicação de autoria De frente pro frio Entre as águas costeiras e as dúvidas transparentes andamos de frente pro frio de dentro Fotografia por Mdorea Maresia quando sua maré enche esvazia-se de certezas ventania que devassa em cada célula uma interrogação e quando troca de lua se enche de estranhamentos quando sua maré baixa a onda reversa deixa na superficie da pele minúsculos sobreviventes resquicios da viração então na calmaria respira afrouxa o nó dos sustos esvazia os po

Cinco Poemas de Rejane Aquino

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Moinho São tantos abismos que me cavalgam que nem eu mesma sei onde me derramo. Destino Aquela vida antes daquela morte, Desvela um fio de vento E treze miçangas de ilusões. Recompensa Tudo gira, O mundo, a vida e o bumerangue Tudo gira, o tormento me invade, Pois tudo gira, Inclusive o bumerangue ( que lancei) Tudo gira... O mundo é uma máquina compressora De sonhos Enquanto gira e esmaga ( os sonhos) Faz sorrir, o outro insano. Tudo gira ... Nessa vida que purga silêncios, exalta e abate Abate e exalta Pois a vida gira e nada explica Somos pó, o vento leva Tudo gira, vida e mundo E nada pode desatar os nós do retorno e da fúria [do bumerangue]. Quimio O espelho é meu carrasco, Através dele, enxergo tudo Que não queria ter me tornado: Meu corpo, já não é tão vigoroso Meus pés titubeiam, Minha pele está flácida, amarelada, Minhas unhas enfraqueceram... O sorriso j

Cinco Poemas de Sandra Almeida

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Sina do Sertanejo O sertão chora desamparado. A seca o devora, até os sonhos, seu dotô! Patriarca despede. lágrimas e saudades. Leve balançar de cabeça, um dia voltarei. Espere... a vida vai melhorar! Meninos sem entender, espiam. Aconchegando-se na saia da mãe, lagrimas ensaiam em seus olhos. Coração anseia resto de esperança. ____O pai prometeu! Mas as promessas, não cessam. Vida ingrata. Sempre a prometer! Como preces atendidas. Chove no sertão. Mandacaru florido. ___Como luzes em avenidas! Um cheiro envolvente, de flor, terra molhada. E esperança! Par de olhos parados, fixam a entrada. Cantarola pra esquecer  a tristeza. Triste notícia recebeu. José não mais voltará. Atravessando a São João, o mundo de concreto o levou. E Maria... emudece numa última prece! Fotografia por Mdorea delimitaçã