Eu também sou brasileira | Marilia Kubota
MOSAICO Coluna 09 – Crônica Eu também sou brasileira por Marília Kubota Drummond tem um célebre poema em que diz: “eu também já fui brasileiro, moreno como vocês.” O poema foi escrito nos anos 1930. Ainda vigorava o estereótipo do brasileiro como nativo carioca ou baiano, queimado de sol. Desde fins do século XIX, o governo incentivava a imigração europeia, com o propósito de “branquear a raça”. Além de indios, portugueses, espanhois, negros e judeus que já integravam o caldeirão cultural étnico, entraram no país os brasileiros diferentes - a maioria italianos, mas também alemães, eslavos e asiáticos. Já na segunda geração, italianos não eram diferenciados pela etnia, o que não aconteceu com alemães e asiáticos. Depois de mais de 110 anos de imigração, filhos e netos de japoneses ainda são identificados como japoneses, ou estrangeiros. Tentam nos definir através de estereótipos: somos quitandeiros ou pasteleiros, inteligentes, bons em matemática, disciplinados