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Mostrando postagens com o rótulo literatura de mulheres

De Prosa & Arte | Sobre Pajelança e Griotagem

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Coluna 5 Sobre Pajelança e Griotagem No mês de novembro é muito comum lembrarmos Solanos, Gamas, Carolinas e mencionarmos Benguelas, Dandaras. Exaltarmos Zumbis e botarmos todos os pretos nas rodas de conversas e nas redes sociais. Como se esse diálogo não pudesse permear histórias e vivências de Janeiro a Janeiro.  Mas no meu NOVEMBRO NEGRO gostaria de destacar alguém de muita relevância para a minha história que acontece no aqui e agora. As pretas Comuns… a Nyra do Carmo, negra índia, 92 anos, vulgo minha avó. Sim, peço licença para lembrar que algum tempo atribuí e dei créditos a minha fixação por versos, músicas e palavras ao meu pai que é sim um grande leitor, mas não posso deixar de dizer que essa coisa toda com verso e prosa, a paixão e encantamento nas linhas e escritos surge ali na pajelança da minha avó. Ao preparar unguentos, garrafadas para curar os nossos machucados, sarar os vermes e abrir nosso apetite.    Essa loucura de botar poemas sem cessar vem também da sua energi

UniVerso de Mulheres 08 - Geni Núñez, por Valeska Brinkmann

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|  Coluna 08 |                                                                        Foto  © Luciana Fraz ã o Reflexões de Geni Núñez em três temas por Valeska Brinkmann I: Liberdades nativas: "Livre como um pássaro a voar". Muitas pessoas acham passarinhos voando O Grande sinal da liberdade e entendo o sentido, mas penso que um pássaro voando é tão livre quanto um cachorro latindo, um peixe nadando, uma cobra rastejando. Todos vivendo o fluxo de suas naturezas. Nesse sentido, se digo que, como humana, quero ser livre pra voar, poderia igualmente dizer que quero ser livre como um galo a ciscar.  A lição que me fica disso é que nossa liberdade está mais em poder exercer os limites do nosso corpo do que almejar o irrealizável. Imaginem uma aranha que dissesse: quero ser livre pra nadar como um tubarão! Talvez não se desse conta que sua liberdade está em tecer suas fantásticas teias no ar, não em nadar no mar. Cobrar de um dia e

Coluna | Ouvindo Mulheres 11 - O poder sagrado de Auritha Tabajara

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Ouvindo Mulheres - 11 por Cris Lira Olá, leitoras e leitores! Na coluna de hoje, trago o trabalho de Auritha Tabajara, a primeira cordelista indígena do Brasil. Natural do Ceará, a autora escreveu seu primeiro cordel aos 8 anos de idade e, em 2007, publicou seu primeiro livro Magistério indígena em verso e poesia.  Durante o curso de pós-graduação "Deslocamentos na literatura brasileira contemporânea," ministrado pela Professora Doutora Cecília Rodrigues, da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, o estudante de doutorado Daniel Ferreira da Silva encantou-se com os cordéis da autora e começou a trabalhar na tradução de um deles. Nesta coluna, tenho o prazer de trazer para vocês a tradução feita por ele do cordel de apresentação de Auritha Tabajara. Como verão no vídeo, faço uma pequena introdução à autora em inglês e em seguida fazemos uma leitura bilingue do cordel. Espero que aproveitem a oportunidade de escutar a voz dessa mulher guerreira cujos versos ecoam