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Mostrando postagens com o rótulo poemas

Preta em Traje Branco | Quarteto de Versos de Valéria Rufino

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Coluna 34 Foto Nika Akin by Pixabay Quarteto de Versos de Valéria Rufino 1. Corda Acorda Por mais um passo, Um segundo e... A corda Segura-te o corpo Balançando sobre a doce ilusão Ilustra a janela do seguro Que prudente não serra os olhos Temendo sonhar. 2 . Asterisco Iscnofônica e inerte Anseio por sua leitura No pé da página de meu ser Contida entre os dedos contraídos A frase... Te quero, te amo, leia-me Sinto meus olhos como asteriscos Saltitantes desejando festejar... Jardim!!! Sem-terra, sem água... Folha seca. Viro o rosto, fecho os olhos, Volto a página Impossível a mesma leitura Sem nota de rodapé Sem pé, nem pescoço Osso roído de medo do não Comeu-se todo Sem jamais saber Se ouviria o sim ou o não.   3. Fazer Fazer Do inicio ao fim Traz prazer Assim, sente o homem No objeto Concreto A abstração Coloca-se no mundo É parte do mundo Do homem ao homem Nos vegetais Que semeia, cultiva e colh...

Sobre as De(s)morte(s) de Nima Spigolon

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  Há o tempo de festa. Há o tempo de recolhimento, este, em que agora nos abrigamos da doença e da morte. Tempo de adiar encontros e rostos – sorrisos e esgares se perdem no luto das máscaras, sem testemunha. Nunca estivemos tão sós. Às vezes, dói respirar   De outras, Impossível ir tão fundo.   Sorvemos com dificuldade o dia que se arrasta. O ar, após este ano e o outro, se rarefaz. O vácuo é nas emoções, as minhas e as suas, transformando nossos corpos em ausência. O que somos, sem a referência do outro? O silêncio está nos seus poemas, que ora leio como um sussurro. A vida se desmancha em seus versos: é preciso dissolver-se na incerteza e na desesperança para então nos reconstruir. O fim é sempre o começo? como a inviabilidade da fruta desperta a possibilidade da semente. O ser adiado e dolorido de seus versos me desperta, e, como ele, logo torno-me (im)paciente nestas manhãs que se arrastam. En passant , aos poucos, ele e eu reunimos ânimo para des...

Preta em Traje Branco | Deságues de Susana Malu Cordoba

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Coluna 33 Foto by Arek Socha from Pixabay Deságues de Susana Malu Cordoba DERRAMAR ESCORRER  SE DEMORAR Verbos transitivos que enfeitam GARGANTAS *********************************** O que separa as meninas das mulheres Ouviu-se apenas um disparo "Eu queria que você me amasse" De repente um silêncio morno o beijo no rosto e o impacto da bala que ricocheteou *********************************** Liberdade em gotas Foi uma gargalhada daquelas bem dadas Estava só E ali, onde as confissões só são permitidas  aos que queimam Duvidou do matrimônio *********************************** Um segredo Gosto de mergulhar em pessoas,  se pudesse  mergulharia em você *********************************** Tem noites em que minha maior ânsia é derramar em sua boca o líquido quente e escorregadio dos desejos  que me tiram o sono São nesses momentos que imagino  meu sussurro clandestino de fêmea lambendo seus ouvidos É ali que minhas intenções te mordiscam o sono, os lábios, o falo ...

Preta em Traje Branco | Aquilombamentos de Valéria Mendonça

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Coluna 32 Foto Paul Brennan por Pixabay Aquilombamentos de Valéria Mendonça Dois corações machucados  De relacionamentos anteriores  Como voltar a se envolver? Como podemos esquecer as dores? Não tínhamos como saber  Apenas escolhemos viver  Começamos de mansinho  Bem escondidinho Em um mundo só nosso  Que aos poucos foi se abrindo  Perdendo o medo  Deixando as mágoas pelo o caminho Fomos conquistando  Algo que achávamos impossível Nessa caminhada  Choramos, sorrimos   Juntos continuamos, seguimos  Com essa parceria incrível  Obrigada por ter me escolhido  ************************ Família  Sete letras  Uma palavra pequena  Com tanto significado  Algumas são pequenas  Outras não se contentam Com os laços de sangue  E coloca os agregados  Não entendeu? Pera aí já irei explicar  São tantas coisas  Fica difícil começar  Tem aquela que não é tia  Mais se torna  Po...

Preta em Traje Branco | Um giro no atelier de Lelé Gomes

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Coluna 31 Um giro no atelier de Lelé Gomes A vida é de ser encontro. As múltiplas linguagens que traçam intertextos com a poética da existência. Lelé Gomes é uma multiartista. Uma criatura adorável no jeito, no trato e no fazer. É das descobertas multicolores, que imprimem versos visuais na paredes, papéis, mentes, no intangível, na virtualidade. Essa miscelânea cósmica do ser mulher e traduzir em Arte o olhar candura para o mundo. Por Guiniver  1          “Desenhando a poesia, poetizando o desenho”, 2020. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², Aquarela e caneta nanquim (291x205mm) – Em meio ao isolamento social, ocasionado pela pandemia de 2020, sentir o toque da pessoa amada com o sabor do café é uma dança poética. 1.        “Nem vou citar o nome”, 2021. Desenho em papel A4 (297x210mm) , 150 m/g², canetas marcadores à base de solvente – A ilustração é um retrato @evesilva feito a partir de uma foto que postou nas redes...

Preta em Traje Branco | Biologia e Política por Ana Paula de Oyá

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Coluna 30 Gerd Altman by Pixabay Biologia e Política   Tem algumas espécies de Pseudusbrasilispatriotas , que tem hábitos bem engraçados.    -Protestar em Av. Fechada aos domingos   -Protestar com panelas   -As fêmeas passam no salão de beleza antes de protestar   - Protestam contra corrupção com a camisa de um dos órgãos mais corruptos.   -Protestam somente de domingo.   -A maioria é apoiador de partidos políticos opressores.   -Se dizem defensores das tradições familiares e das tradições do patriarcado.   -São guiados feito gados e aceitam que a boiada seja passada na surdina.   -Apresentam sérias alergias em caso de CPIs e Investigações.   -Defendem seus territórios e pares sob quaisquer circunstâncias, mesmo que a custa da vida de uma população inteira.   -São defensores da corrupção praticada em família.   -Habitam em laranjais e bananais   -Essa espécie geralmente se apresenta na cor branca e exposta ao so...

Preta em Traje Branco | Sonhos e Voos Interrompidos por Lu Amor Spin

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Coluna 29 Orange Fox by Pixabay Sonhos Como pássaros voaram sem destino O vento os levou para bem longe Talvez... ficaram perdidos no tempo,  em algum lugar, esperando o momento certo para voltar. Imersos,  em meio a correntezas nas ondas do mar. Renovando-se nas cachoeiras,  aguardando para voltar. Um novo mundo, uma nova vida. Um novo começo, um recomeço. Ressurgido das cinzas,  o sangue volta a pulsar. O vento que o levou, o trouxe de volta. As águas que o afundaram,  o fizeram emergir, voltou com mais força. O que estava morto ressuscitou, agora reluz. Sonhos. ****************************** Giani Pralea by Pixabay Voos Interrompidos   Vidas interrompidas Por uma bala perdida. Perdida não, genocida. Atrocidades silenciadas Vidas ceifadas. Sonhos interrompidos, enterrados. Pelo braço armado do estado. Trajetórias atravessadas pela morte. 1, 2, 3,4 tiros para o alto, não é um assalto. Atitude suspeita, frase perfeita, agem na espr...